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O comportamento como aliado para o sucesso profissional

 

Ainda é comum ver muitas pessoas projetando seu sucesso profissional e pessoal em formações acadêmicas, como a graduação, cursos de extensão, especializações, mestrados, doutorados e outros meios voltados para conhecimentos técnicos. A busca por esse tipo de formação reflete a demanda do mercado que, por muito tempo, sustentou a ideia de que apenas esses aspectos eram relevantes na hora de realizar as contratações. Atualmente, vivemos um período em que as tendências mudam rápido, assim como os cenários, cada vez mais evoluídos e adaptados às demandas. Será que nos dias de hoje, um currículo extenso e cheio de competências técnicas é o suficiente para assegurar o sucesso e o desenvolvimento profissional de um colaborador?

A resposta para essa pergunta é bem simples e objetiva: provavelmente não. Mesmo que a questão técnica seja importante na hora de selecionar o candidato, isso já não é mais entendido como o aspecto único para contratação nem para a manutenção do colaborador. Entende-se, hoje, que há outros fatores tão relevantes quanto este envolvidos nesse processo e que podem fazer diferença quanto à produtividade e ao desenvolvimento do profissional. E o maior deles é o seu comportamento

Segundo a definição dada pelo dicionário Houaiss, o comportamento é definido como “procedimento de alguém em face a estímulos sociais ou a sentimentos e necessidades íntimos ou uma combinação de ambos”. De maneira mais ampla, esse termo corresponde à forma com que uma pessoa responde a determinadas ações e/ou emoções e, também, à sua capacidade de lidar com esses mesmos fatores, sejam de natureza interna ou externa. Identificando as preferências, tendências, modo de pensar, agir e sentir de uma pessoa, é possível traçar o seu estilo comportamental. Mas por que, afinal, isso é tão importante? 

Ao considerar os aspectos comportamentais de um colaborador, é possível identificar que tipo de função será desenvolvida de forma mais natural e menos desgastante para ele. E quando esse é um fator relevante para uma empresa na hora de designar os cargos, os resultados são mais significativos. Isso porque é muito mais saudável demandar das pessoas atividades em que sejam naturalmente boas e se sintam bem fazendo, já que esse tipo de alinhamento gera efeitos imediatos em sua produtividade. É como contratar um peixe para nadar ­– pode parecer óbvio, mas quando não há esse tipo de preocupação por parte da empresa, este mesmo peixe pode passar a vida tentando subir em uma árvore, o que não é bom nem para ele nem para a organização.

A melhor forma de identificar o perfil comportamental de uma pessoa e entender quais tipos de funções são mais prazerosas para ela é através da Metodologia DISC, atualmente uma das ciências mais utilizadas no mundo. Essa teoria foi criada por William Moulton Marston e apresentada em 1928, no livro “As emoções das pessoas normais”, que consiste em um mapeamento comportamental dos indivíduos a partir de quatro fatores principais distintos: Dominância, Influência, eStabilidade e Conformidade. Vale ressaltar que todos nós possuímos todos os fatores em níveis diferentes, e é justamente esse ponto que possibilita as nuances entre cada comportamento, além do próprio uso que fazemos dele. Desde então, a utilização do DISC no ambiente profissional tornou-se bastante produtiva, já que essa metodologia permite que as empresas alinhem os escopos dos cargos aos perfis comportamentais de seus colaboradores. 

Pessoas com alto fator Dominância são bastante objetivas, assertivas, competitivas, ambiciosas, gostam de manter o foco nos resultados finais e são voltadas para os processos em si. Esse fator está associado ao poder e à autoridade. Existem cargos que se beneficiam com tais características, como funções gerenciais e empreendedores, que são responsáveis por dar início a projetos e precisam “fazer acontecer”. Colocar um colaborador com esse perfil em funções repetitivas ou que requeiram isolamento pode ser extremamente cansativo e desgastante para ele, o que faz sua produtividade cair. 

A Influência é dotada de alta sociabilidade, articulação, descontração, necessidade de comunicação e grande capacidade de se relacionar. São indivíduos que encontram satisfação em conversar, gostam da companhia dos colegas de trabalho e utilizam sua alta capacidade comunicativa como forma de persuadir e convencer os demais. Essas são características que podem ser muito bem aproveitadas por um vendedor, jornalista, por alguém que trabalhe em eventos ou até com marketing, por exemplo. No entanto, em áreas como engenharia ou administração, um indivíduo com alta Influência pode, em pouco tempo, ficar desmotivado e perder rendimento. 

Já a alta eStabilidade é caracterizada pela paciência, ponderação, organização, persistência e pela empatia. As pessoas com altos níveis desse fator gostam de rotinas, planejamento e são capazes de exercer a mesma função todos os dias sem que achem enfadonho e cansativo. Por isso, áreas como psicologia, a docência, Recursos Humanos, secretariado e assistência têm grande atratividade para esse grupo, que não se sente confortável tendo que tomar decisões arriscadas, como seria para um consultor comercial, por exemplo. 

O último fator é a Conformidade, cujos indivíduos são detalhistas, racionais, lógicos e, sobretudo, voltados para regras e procedimentos. Valorizam a qualidade acima da agilidade e, por conta disso, executam bem funções que necessitam desse olhar, como contabilidade, administração, financeiro e cargos técnicos. A comunicação, no entanto, não é uma característica marcante desse grupo, normalmente introspectivo e desconfortável ao se expor para muitas pessoas. Colocar alguém com alta Conformidade em uma área de relacionamento com clientes, por exemplo, pode ser um pesadelo para essa pessoa.

Quando se conhece o próprio perfil comportamental, fica mais fácil para o indivíduo determinar as atividades que potencializam suas qualidades e também as que são feitas com altos custos emocionais. Esse é um passo importante para reconhecer as próprias limitações e identificar o que é emocionalmente saudável para si mesmo. O DISC é um valioso aliado para promover e desenvolver o autoconhecimento, o que é imprescindível para atingir o sucesso profissional e a felicidade pessoal considerando os próprios limites. Ao aplicar a metodologia, além da conhecida máxima “contrata-se pelo conhecimento e demite-se pelo comportamento” não se concretizar, torna-se possível alinhar esses fatores desde o processo de seleção de pessoal e criar times adequados às funções e objetivos da organização desde o princípio.  A ETALENT, empresa parceira da Prof. Randes® People & Strategy, oferece soluções para que você conheça seu perfil comportamental e trabalhe o autoconhecimento.

O autoconhecimento resulta de processos de amadurecimento emocional, afetivo, cognitivo e racional, o que ajuda uma pessoa a entender melhor o próprio comportamento e os seus sentimentos. Elevar os próprios níveis de autoconhecimento traz muitos benefícios, que podem ser aplicados nas mais diversas situações. Dessa forma, é possível potencializar o entendimento sobre as próprias emoções, ter controle maior do desenvolvimento pessoal e aumentar os níveis de autoconfiança, autoestima e determinação. Além disso, conhecer as características mais marcantes é  estar apto para utilizá-las da melhor maneira possível, o que significa aumento de produtividade no trabalho, melhora nas relações pessoais ou simplesmente aprender a lidar melhor consigo mesmo e com os demais, o que já é imensamente importante.  

Adaptar-se ao perfil comportamental dos colegas de trabalho, por exemplo, fica mais fácil quando se está ciente das próprias limitações. Vale ressaltar que, para as empresas, identificar os aspectos comportamentais de cada colaborador também é vantajoso. Assim, é possível observar os pontos que precisam de atenção, aprimoramento, direcionamento e, por consequência, determinar que tipos de funções se adequam bem ao estilo de cada profissional. Além disso, é possível analisar o relacionamento entre os profissionais, identificando possíveis pontos de estresse e conflito, possibilitando a criação de um ambiente de trabalho mais sinérgico, com uma comunicação mais eficaz na equipe. Esse tipo de estratégia, que agrega à competência individual e organizacional das equipes, pode ser traçada a partir do DISC e otimizada pelo autoconhecimento de cada colaborador.  

Estimular o autoconhecimento é o primeiro passo para o desenvolvimento de inteligência emocional, uma habilidade cada vez mais visada no mercado de trabalho e igualmente valiosa na vida pessoal. Esse conceito está relacionado à capacidade de cada um de administrar suas emoções, compreender as dos demais e utilizá-las de maneira inteligente, deixando de lado a impulsividade e, por consequência, o arrependimento pelas próprias ações. Saber controlar e direcionar as próprias emoções proporciona ganhos exponenciais, como a melhora nas relações de trabalho, familiares e amizades e maior desenvoltura para lidar com os desafios do dia a dia. Esse é um exemplo importante de habilidade comportamental, também conhecida como soft skill

As soft skills são uma série de competências que, diferentemente das hard skills, referentes à habilidade técnica, estão relacionadas ao comportamento de cada pessoa. Questões como ética, empatia, liderança, capacidade de trabalhar em equipe, comunicação fluida, persuasão, gestão de pessoas e flexibilidade, além da própria inteligência emocional, são alguns exemplos do que é possível encontrar nessa categoria.

Muitas vezes, essas habilidades são subestimadas quando colocadas lado a lado com as capacidades técnicas, mas é sempre importante considerar que profissionais infelizes, frustrados e difíceis de lidar contribuem para a construção de ambientes de trabalho tóxicos e que podem comprometer o desempenho de toda a equipe. Possuir todos os requisitos técnicos do mundo não isenta ninguém de ocupar essa posição, mas o desenvolvimento de algumas habilidades comportamentais pode fazer toda a diferença na prevenção desse cenário.  Por isso, estar atento ao próprio comportamento é essencial para construir uma carreira bem sucedida e que seja saudável para você mesmo!